Da Ideia à Solução: Desenvolvendo Aplicativos

Desenvolvendo aplicativos: Da ideia à solução

Com extrema popularidade e utilidade, é evidente que os celulares tornaram-se dispositivos presentes no dia-a-dia das pessoas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 155 milhões de brasileiros possuem celulares para uso pessoal, consequentemente, as aplicações móveis, os famosos aplicativos (ou apps), adquiriram alto status de relevância por possuírem grande alcance e aplicabilidade em diversos contextos. É notório que a próxima geração de trabalhadores e consumidores será nativamente digital, assim apresentando grande familiaridade com as telas touch screen e seus softwares. Dessa forma, é provável que a sua empresa esteja interessada em utilizar um aplicativo próprio a fim de apoiar suas atividades, seja para melhorar o contato com clientes, aperfeiçoar as tarefas internas ou criar mais um canal de receita. Entretanto, o desenvolvimento de um app não é uma tarefa trivial ou simples, esse artigo irá detalhar o processo de criação de app para esclarecer as etapas que envolvem a confecção de aplicações móveis de qualidade.

Processo de desenvolvimento de aplicativos

Apesar da vontade de diversas empresas de aproveitarem-se de um aplicativo, poucas conhecem as etapas que envolvem sua confecção. Dessa forma, é necessário traçar um plano estruturado e validado de desenvolvimento, que deve envolver boas práticas de planejamento, execução e teste.

1. Estratégia

A primeira etapa de desenvolvimento não envolve codificação. Talvez seja surpreendente que o pontapé do projeto não possua atividades de codificação propriamente ditas, porém é essencial destacar a importância do planejamento e compreensão a fim de que o produto final seja alinhado com suas expectativas. Nessa fase, cliente e desenvolvedores irão trabalhar em conjunto a fim de entender como uma aplicação móvel pode agregar valor ao seu negócio. Aqui, será possível definir o porquê sua empresa está investindo no aplicativo, além de:

  • Identificar o público alvo
  • Pesquisar sua concorrência
  • Estabelecer os objetivos do aplicativo

Essa fase é importante para, no futuro, o projeto manter-se alinhado com suas expectativas e objetivos, assim evitando desvios ou falhas de comunicação.

2. Análise e Planejamento

Agora, inicia-se uma etapa que já envolve a porção técnica do projeto, entretanto, ainda não é hora de colocar a mão na massa. Durante a análise e planejamento, a ideia inicial começa a tomar forma a partir do delineamento detalhado do projeto, que envolve a definição de casos de uso e captura detalhada de requisitos funcionais. Nesse momento, a equipe de desenvolvimento irá definir qual será a metodologia usada para a confecção do software. Considerando a eficiência comprovada de métodos incrementais e ágeis, o desenvolvimento do aplicativo será feito por meio da definição de um roadmap que contém diversas pequenas entregas de funcionalidades, que poderão ser avaliadas pelo cliente para validação dos requisitos. Além disso, será definido um Produto Mínimo Viável, que contém as características essenciais ao projeto e deve ser priorizado em um lançamento inicial. Por fim, essa etapa deve delimitar qual será a plataforma para qual o app será desenvolvido. Atualmente, os dois sistemas operacionais dominantes são Android e iOS, dessa forma, é crucial que o escopo do programa seja definido, já que há grandes diferenças técnicas entre as duas opções. Em um projeto mais robusto, é comum que seja necessário desenvolver para ambas as plataformas, dessa forma, é preciso selecionar uma equipe qualificada para tratar das especificidades de cada tecnologia.

3. Interface e Experiência de Usuário

Uma característica marcante dos aplicativos é a facilidade de uso e compreensão, atributo que é garantido por um trabalho sólido de Interface de Usuário (UI) e Experiência de Usuário (UX). Inicialmente, é importante você conhecer o que essas áreas de desenvolvimento buscam. O Design de UI é a disciplina que se concentra na aparência visual e na interatividade do produto, visando sempre criar uma interface atraente e intuitiva. Por outro lado, Design de UX preocupa-se com a experiência do usuário como um todo, devendo garantir que o aplicativo supra as necessidades de uma forma eficiente, eficaz e agradável. Ambas as disciplinas têm o dever de proporcionar, de forma conjunta, um app com curva de aprendizado rápida e experiência satisfatória (caso queira saber mais sobre o assunto, leia o artigo que trata de UX/UI). Dessa forma, o sucesso da sua aplicação móvel dependerá da aceitação ampla por parte dos usuários, requisito que será contemplado rapidamente se o software proporcionar experiências excelentes. Essa necessidade será atendida nessa etapa, que é responsável por implementar um processo sistemático de desenvolvimento da aparência e usabilidade. Abaixo encontra-se uma breve descrição desse processo:

  • Arquitetura de Informações e Cargos: determinação dos dados a serem exibidos e como serão as interações entre app e usuário, podendo diferentes cargos possuírem privilégios distintos;
  • Rascunho visual: rascunhos de baixa fidelidade que buscam compreender aspectos da estrutura visual considerando as funcionalidades necessárias;
  • Guia de Estilo: documentação das regras de design, que envolvem esquema de cores, fontes, estilos, de acordo com a identidade visual do seu negócio;
  • Design de alta fidelidades: serão rascunhos com alta fidelidade visual ao produto final, que surge da aplicação do Guia de Estilo aos Rascunhos Visuais, considerando também a Arquitetura de Informações e Cargos;
  • Protótipo interativo: é o artefato mais valioso dessa etapa pois gera um protótipo fiel ao esperado e interativo, capaz de validar com muita certeza se o projeto irá caminhar na direção desejada.

4. Desenvolvimento do aplicativo

Agora, finalmente, os desenvolvedores iniciarão o trabalho de codificação da aplicação. Caso as etapas anteriores sejam executadas corretamente, esse passo será responsável pela execução fiel de todos os protótipos feitos anteriormente, sendo assim, é a concretização de todo o planejamento prévio. O desenvolvimento envolve, principalmente, três áreas: Back-End, API e Front-End. Cada uma dessas disciplinas envolverá diferentes profissionais que serão responsáveis por projetar e executar uma camada diferente do aplicativo, sendo elas:

  • Back-End: inclui o banco de dados e as implementações do servidor, que serão responsáveis por garantir que todas as informações sejam recuperadas corretamente ao usuário;
  • API: atua como ponte entre o Back-End e Front-End, dessa forma possui protocolos e regras para que ambas a camadas comuniquem-se;
  • Front-End: será a porção do software de fato instalada nos dispositivos dos usuários, sendo encarregada de realizar a interface de interação usuário-máquina e garantir uma experiência interativa.

Após a conclusão das atividades dessa etapa, essa fase irá gerar, de fato, uma versão do aplicativo solicitado pelo cliente. Apesar disso, o desenvolvimento ainda não acabou, já que é necessário realizar testes e manutenções.

5. Teste do aplicativo

Essa etapa é completamente autoexplicativa: os desenvolvedores irão utilizar diversas metodologias de testagem de software a fim de garantir que a aplicação encontra-se estável, usável e segura. Aqui, o time responsável irá basear-se em casos de teste para validar o programa, que consistem em provocar ações com resultado esperado conhecido e registrar o resultado obtido para dar o feedback necessário à equipe de desenvolvimento. Apesar de ser uma etapa por si só, é também recomendável realizar testes durante a etapa de confecção do software. Essas atividades são feitas a cada vez que uma das funcionalidades do roadmap é concluída, assim, será possível identificar falhas de forma precoce. Essa metodologia de testagem será viável caso a equipe de garantia de qualidade esteja envolvida em todas as etapas anteriores, pois dessa forma será possível que conheçam bem o produto e seus requisitos a fim de desenvolver os testes mais eficazes, que devem necessariamente identificar falhas críticas. Além disso, os testes devem ser direcionados para avaliar cada um dos atributos do aplicativo individualmente, dessa forma, serão realizados as seguintes verificações:

  • Teste de experiência de usuário
  • Teste de funcionalidade
  • Teste de performance
  • Teste de segurança
  • Teste de dispositivo e plataforma

Por fim, com todos os testes realizados, será possível assegurar que a versão liberada da aplicação móvel atenderá às expectativas e não oferecerá risco a sua empresa, clientes ou funcionários.

6. Lançamento e Suporte

Agora, finalmente, seu software está disponível para liberação nas lojas de aplicativos. Essa publicação envolve alguns procedimentos que variam de acordo com a plataforma escolhida, assim será necessário conhecer as diretrizes de cada loja a fim de realizar a publicação adequadamente. Além disso, a equipe de desenvolvimento deverá continuar a dar suporte e atualizar o aplicativo, já que é esperado que as tecnologias e necessidades alterem-se ao longo do tempo.

7. Conclusão

O sucesso do desenvolvimento de um aplicativo depende de um projeto sistematizado e metodicamente planejado. Cada etapa citada acima possui um propósito, e a negligência de alguma delas irá acarretar em um efeito dominó de defeitos que em algum momento tornará a aplicação insatisfatória. Entretanto, equipes qualificadas serão capazes de confeccionar uma solução adequada para o seu negócio e mantê-la relevante e responsiva mesmo frente às constantes mudanças do mundo da tecnologia.

Autor: Gustavo Sanches Rossi

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